Bolsonaro x Trump, o placar dos tuítes
Os presidentes Jair Bolsonaro, do Brasil, e Donald Trump, dos Estados Unidos, têm muitas afinidades. Entre elas, está a preferência por se comunicar diretamente com sua base de apoiadores por meio do Twitter, sem intermediários. A rede social serve para propagar medidas governamentais, demitir e nomear ministros e fustigar adversários. Para ambos, essa foi uma estratégia exitosa de campanha que continua sendo replicada no governo. Uma análise dos tuítes dos dois presidentes ao longo da última semana revela um pouco sobre como o momento político que cada um está vivendo se reflete na comunicação direta deles com os cidadãos.
Eis o balanço do tipo de conteúdo que eles abordaram (em porcentagem do total de tuítes entre os dias 7 e 12 de abril):
Assuntos de governo
Bolsonaro
70%
Trump
30%
Ataques à imprensa
Bolsonaro
22%
Trump
6%
Ataques à oposição
Bolsonaro
2%
Trump
55%
Outros
Bolsonaro
6%
Trump
9%
A maior diferença entre os dois, ao longo da semana, foi que Bolsonaro usou a maior parte dos seus tuítes para comunicar ações de governo. Ou seja, que é o que se espera de um chefe do Executivo. Já Trump gastou os polegares nesses temas em menos de um terço de suas postagens.
Ambos, porém, usaram o Twitter durante a semana como uma ferramenta para fazer ataques a adversários ou supostos adversários (Bolsonaro bem menos que Trump, mas ainda assim com bastante frequência). Nesse ponto, porém, houve mais uma grande diferença entre os dois: o alvo preferido de Trump foi a oposição democrata ou o que ele chama de "extrema esquerda"; já Bolsonaro virou seus canhões quase que exclusivamente contra a imprensa.
O que isso quer dizer? Trata-se de um reflexo do sistema político de cada um dos países. Trump atua em um sistema bipartidário, em que há uma margem muito estreita de manobra no Congresso, claramente dividido entre democratas (que fazem oposição a ele) e republicanos (que o apoiam em praticamente tudo). Já Bolsonaro tem que jogar no complexo tabuleiro do multipartidarismo brasileiro, onde sequer se pode esperar coesão dentro de um mesmo partido. E ele enfrenta um delicado momento para encontrar apoio para suas reformas. Por isso, faz mais sentido fazer da imprensa o bode expiatório e deixar a oposição um pouco em paz. Além disso, Bolsonaro começou a semana respondendo à divulgação da pesquisa Datafolha sobre o seu desempenho.
Vai ser interessante acompanhar o comportamento de ambos no Twitter nas próximas semanas.
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