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Diogo Schelp

Boris Johnson perde o apoio até do irmão deputado

Diogo Schelp

05/09/2019 11h19

Jo Johnson, irmão do premiê britânico, renunciou aos cargos de deputado e de ministro (Hannah McKay/Reuters)

Depois de perder a maioria no parlamento e de sofrer três derrotas seguidas em votações na Câmara dos Comuns — e nenhuma vitória —, o premiê britânico Boris Johnson enfrentou, nesta quinta-feira (5) uma baixa ao mesmo tempo política e familar. Seu irmão, Jo Johnson, um deputado conservador e ministro de Negócios, Energia e Estratégia Industrial, renunciou aos dois cargos, deixando simultaneamente o gabinete liderado pelo irmão e a cadeira no parlamento.

A razão é a mesma que tem feito esvaziar o apoio aos planos do primeiro-ministro para o Brexit, a complicada negociação para a saída do Reino Unido da União Europeia, entre as fileiras do Partido Conservador, ao qual ele pertence.

No Twitter, Jo Johnson escreveu: "Nas últimas semanas eu me dividi entre a lealdade familiar e o interesse nacional. É uma tensão sem solução e é hora de outros assumirem minhas funções como parlamentar e ministro."

O irmão mais novo de Boris Johnson sempre teve uma atitude mais ponderada, pragmática e pró-Europa. A expulsão de 21 deputados conservadores que votaram a favor de uma moção contra o governo que abriu caminho para um lei impedindo o premiê de seguir com seus planos para um Brexit duro, esta semana, parece ter sido a gota d'água para Jo.

Tudo caminha para uma nova eleição no Reino Unido em outubro, a poucos dias do prazo para o divórcio com a UE.

Sobre o Autor

Diogo Schelp é jornalista com 20 anos de experiência. Foi editor executivo da revista VEJA e redator-chefe da ISTOÉ. Durante 14 anos, dedicou-se principalmente à cobertura e à análise de temas internacionais e de diplomacia. Fez reportagens em quase duas dezenas de países. Entre os assuntos investigados nessas viagens destacam-se o endurecimento do regime de Vladimir Putin, na Rússia, o narcotráfico no México, a violência e a crise econômica na Venezuela, o genocídio em Darfur, no Sudão, o radicalismo islâmico na Tunísia e o conflito árabe-israelense. É coautor dos livros “Correspondente de Guerra” (Editora Contexto, com André Liohn) e “No Teto do Mundo” (Editora Leya, com Rodrigo Raineri).

Sobre o Blog

“O que mantém a humanidade viva?”, perguntava-se o dramaturgo alemão Bertolt Brecht. Essa é a pergunta que motiva esse blog a desembaraçar o noticiário internacional – e o nacional, também, quando for pertinente – e a lançar luz sobre fatos e conexões que não receberam a atenção devida. Esse é um blog que quer surpreender, escrito por alguém que gosta de ser surpreendido.