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Diogo Schelp

Alemanha confirma recursos para o Fundo Amazônia. Falta a Noruega

Diogo Schelp

03/10/2019 14h52

Ricardo Salles, ministro do Meio Ambiente (Foto: Lucas Seixas/UOL)

Depois de receber a visita de Ricardo Salles, ministro do Meio Ambiente, nesta quarta-feira (2), o ministério do Desenvolvimento Econômico da Alemanha confirmou que pretende manter a doação de 33 milhões de euros, o equivalente a 149 milhões de reais, ao Fundo Amazônia. Salles encontrou-se com o ministro alemão Gerd Müller.

Não foi feita nenhuma declaração conjunta pois a Alemanha aguarda o avanço das negociações com a Noruega, que em agosto congelou um repasse equivalente a 133 milhões de reais para o fundo. Olaf Deutschbein, porta-voz do ministro Müller, disse após a reunião: "Nós estamos aguardando o avanço das conversas entre o Brasil e a Noruega."

Salles encontrou-se no mesmo dia também com a ministra do Meio Ambiente da Alemanha, Svenja Schulze, que é mais reticente. Em agosto, ela havia anunciado a suspensão de 35 milhões de euros, o equivalente a 158 milhões de reais, para projetos de reflorestamento na Amazônia. O comunicado do porta-voz da ministra após a reunião com o brasileiro não descartou, mas tampouco confirmou a retomada do investimento. Primeiro, Schulze quer se certificar "de que o dinheiro será bem investido", segundo seu porta-voz Nikolai Fichtner.

O governo brasileiro aposta, agora, nas negociações para a retomada das doações da Noruega ao Fundo Amazônia, fato que encorajaria a Alemanha a também liberar outros recursos. A participação alemã no Fundo Amazônia, contudo, é dada como garantida.

Para a semana que vem, em Brasília, está sendo agendada uma reunião técnica de representantes do governo brasileiro com os doadores alemães e noruegueses para discutir propostas de mudança na gestão do Fundo Amazônia. Essa conversa poderá ser um primeiro passo para trazer os recursos noruegueses de volta para o fundo.

Sobre o Autor

Diogo Schelp é jornalista com 20 anos de experiência. Foi editor executivo da revista VEJA e redator-chefe da ISTOÉ. Durante 14 anos, dedicou-se principalmente à cobertura e à análise de temas internacionais e de diplomacia. Fez reportagens em quase duas dezenas de países. Entre os assuntos investigados nessas viagens destacam-se o endurecimento do regime de Vladimir Putin, na Rússia, o narcotráfico no México, a violência e a crise econômica na Venezuela, o genocídio em Darfur, no Sudão, o radicalismo islâmico na Tunísia e o conflito árabe-israelense. É coautor dos livros “Correspondente de Guerra” (Editora Contexto, com André Liohn) e “No Teto do Mundo” (Editora Leya, com Rodrigo Raineri).

Sobre o Blog

“O que mantém a humanidade viva?”, perguntava-se o dramaturgo alemão Bertolt Brecht. Essa é a pergunta que motiva esse blog a desembaraçar o noticiário internacional – e o nacional, também, quando for pertinente – e a lançar luz sobre fatos e conexões que não receberam a atenção devida. Esse é um blog que quer surpreender, escrito por alguém que gosta de ser surpreendido.