Evacuação e quarentena de brasileiros são similares a plano adotado nos EUA
O plano elaborado pelo governo federal para evacuar e, posteriormente, manter em quarentena os brasileiros que se encontram na cidade de Wuhan, epicentro da epidemia de coronavírus, na China, é semelhante ao que está sendo adotado nos Estados Unidos.
Dois aviões da Força Aérea Brasileira (FAB) decolaram nesta quarta-feira (5) para buscar três dezenas de brasileiros que estão na região chinesa sem poder sair de casa. Eles vão ser levados a uma base militar em Anápolis, no estado de Goiás, onde serão submetidos a uma quarentena de 18 dias para garantir que não contraíram a doença e, assim, evitar que possam transmiti-la a outras pessoas.
Durante esse período, os resgatados passarão por exames médicos frequentes e não poderão receber visitas.
Um esquema semelhante já está sendo adotado nos Estados Unidos desde a semana passada, quando o primeiro voo fretado pelo Departamento de Estado evacuou 195 cidadãos americanos que estavam em Wuhan. Todos foram levados a uma base militar na Califórnia. De início, foram informados que seriam submetidos a exames médicos durante 72 horas. Depois, as autoridades decidiram que teriam que ficar no local por 14 dias.
Nesta quarta-feira (5), dois novos voos organizados pelo governo americano chegaram à Califórnia com pessoas trazidas da província chinesa com maior risco de contaminação pelo coronavírus. Elas ficarão na mesma base militar onde os integrantes do primeiro voo já estão em quarentena.
A decisão de fazer a quarentena em uma instalação militar se explica não apenas pela necessidade de ter uma infraestrutura médica e de alojamentos razoável, mas também por questões de segurança: as pessoas em quarentena não podem sair nem receber visitas.
Os primeiros relatos de dentro da base militar nos Estados Unidos dão uma ideia do que os brasileiros evacuados vão enfrentar em Anápolis: pessoas de diferentes partes do país que não se conhecem confinadas e obrigadas a conviver em um local onde não há muito o que fazer. Além disso, elas enfrentam, desde o momento em que entram no avião e até o fim do confinamento, a tensão de não saber se entre as outras pessoas evacuadas há alguém contaminado pelo coronavírus.
Nesta terça-feira (4), uma das crianças em quarentena nos Estados Unidos apresentou sintomas suspeitos e foi levada para a enfermaria, para ficar em observação.
A tensão e a espera deixam alguns dos resgatados impacientes. Na semana passada, poucas horas após a chegada do primeiro voo de evacuação vindo de Wuhan, um dos passageiros foi detido ao tentar fugir da base militar californiana. A polícia local emitiu uma ordem de quarentena e ele foi levado de volta à instalação.
A quarentena não deixa de ser uma espécie de prisão — para o bem de todos.
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