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Diogo Schelp

López na embaixada do Chile; Guaidó estaria tentando a da França

Diogo Schelp

30/04/2019 17h25

Blindado

Blindado das forças de Maduro atropelam manifestante no dia 30 de abril (REUTERS/Ueslei Marcelino)

Escrevi antes que Juan Guaidó havia partido para a arriscada estratégia do 'tudo ou nada' na Venezuela, com sua tentativa de forçar a saída de Nicolás Maduro do poder ao colher o apoio de algumas centenas de militares rebelados. Horas depois, o vice-presidente brasileiro Hamilton Mourão usou a mesma expressão para se referir à jogada de Guaidó.

As informações preliminares que chegam da Venezuela indicam que venceu o 'nada'. O líder opositor Leopoldo López, que estava em prisão domiciliar e saiu para reforçar a cartada final de Guaidó, foi recebido na embaixada do Chile como "hóspede". Juan Guaidó estaria tentando asilo em uma embaixada europeia, provavelmente a da França. A informação é do jornalista Leonardo Coutinho, autor do livro Hugo Chávez – O Espectro (Editora Vestigo).

Consultei um integrante da oposição venezuelana que negou que Guaidó esteja querendo pedir asilo. Mas, se isso se confirmar, ficará claro que Guaidó confiou em alguma informação errada que o fez se sentir seguro para dar a tal cartada final. O assessor de Segurança Nacional dos Estados Unidos, John Bolton, disse que o ministro da Defesa Vladimir Padrino estava em contato com a oposição e havia prometido ficar do lado dos revoltosos para retirar Maduro no momento crucial. Aparentemente, Padrino voltou atrás. Ou será que a oposição caiu em uma armadilha dos chavistas?

Sobre o Autor

Diogo Schelp é jornalista com 20 anos de experiência. Foi editor executivo da revista VEJA e redator-chefe da ISTOÉ. Durante 14 anos, dedicou-se principalmente à cobertura e à análise de temas internacionais e de diplomacia. Fez reportagens em quase duas dezenas de países. Entre os assuntos investigados nessas viagens destacam-se o endurecimento do regime de Vladimir Putin, na Rússia, o narcotráfico no México, a violência e a crise econômica na Venezuela, o genocídio em Darfur, no Sudão, o radicalismo islâmico na Tunísia e o conflito árabe-israelense. É coautor dos livros “Correspondente de Guerra” (Editora Contexto, com André Liohn) e “No Teto do Mundo” (Editora Leya, com Rodrigo Raineri).

Sobre o Blog

“O que mantém a humanidade viva?”, perguntava-se o dramaturgo alemão Bertolt Brecht. Essa é a pergunta que motiva esse blog a desembaraçar o noticiário internacional – e o nacional, também, quando for pertinente – e a lançar luz sobre fatos e conexões que não receberam a atenção devida. Esse é um blog que quer surpreender, escrito por alguém que gosta de ser surpreendido.