Conselho de Direitos Humanos com Venezuela e Brasil não deveria surpreender
A Venezuela e o Brasil foram eleitos para as duas vagas reservadas para a América Latina no Conselho de Direitos Humanos da ONU nesta quinta-feira (17). O Brasil é um habitué da entidade, tendo sido reeleito diversas vezes desde 2006. Este ano, o país disputava a reeleição com a Venezuela e a Costa Rica, que se candidatou de última hora para tentar solapar uma das vagas das mãos do ditador venezuelano Nicolás Maduro. A manobra fracassou.
Ter a Venezuela, país cujo regime viola sistematicamente os direitos humanos, no Conselho de Direitos Humanos é uma grande surpresa? Nem um pouco.
Basta olhar para os outros países que estão deixando o Conselho e os que estão entrando.
Saem, entre outros, Egito, Ruanda, China, Cuba e Arábia Saudita — todos países governados por ditaduras.
Entram a Líbia, país que vive uma guerra civil entre dois governos paralelos, e a Namíbia, com seu arremedo de democracia.
A boa notícia fica por conta da entrada do Sudão, país que viveu uma ditadura islâmica brutal e genocida até este ano, quando foi derrubada após intensos protestos populares. O Sudão ainda precisa percorrer um longo e duro caminho até poder ser chamado de democracia, mas ao menos está nos passos iniciais da transição que, segundo acordo feito entre o governo militar interino e os movimentos de oposição, deve durar três anos.
Além disso, a lista de governos autoritários que permanecem no Conselho inclui Angola, República Democrática do Congo e Catar, entre outros.
Pertencer ao Conselho de Direitos Humanos da ONU nunca foi um atestado de respeito aos direitos humanos.
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