O prefeito que barrou Bolsonaro em NY quer ser presidente. Com trolagens?
O prefeito de Nova York, Bill de Blasio, aquele que trolou Jair Bolsonaro e liderou um boicote para que o presidente brasileiro não pudesse receber um prêmio na cidade americana, anunciou nesta quinta-feira, 16, que pretende ser candidato à presidência dos Estados Unidos. Ele e outros 22 políticos democratas. Trata-se de uma disputa acirrada, em que o prefeito entra no pelotão retardatário. Suas chances são mínimas. Por isso Bill de Blasio se esforça tanto para chamar a atenção.
Agora sabemos por que partiu para cima de Bolsonaro com tanto afinco. Queria demonstrar alguma relevância para além do rio Hudson. Queria fazer boa figura com eleitores progressistas do resto do país. Mas a trolagem não vai fazer muita diferença em sua pré-campanha.
Bill de Blasio é um progressista sempre disposto a discutir causas sociais, desde que não seja na hora em que ele precisa cuidar do próprio corpo. Uma colunista do jornal The New York Times conta num artigo de hoje que, em outubro passado, dois ativistas encurralaram o prefeito em sua academia, pedindo celeridade nos projetos de moradia popular. "Agora eu estou malhando", esquivou-se ele.
Ao anunciar sua pré-candidatura, o discurso foi diferente. "Como presidente, eu vou pegar no pé dos ricos e das grandes corporações. Não vou descansar enquanto o governo estiver servindo o povo", disse ele. E, claro, enquanto ele não estiver malhando.
Uma pesquisa de opinião mostra que dois terços dos eleitores nova-iorquinos não querem que De Blasio concorra à Casa Branca. Por que, então, ele insiste na empreitada? Muitos políticos americanos entram na pré-campanha, mesmo sem chances, apenas alçar o seu perfil político do plano local para o nacional.
Evidentemente, sempre podem haver surpresas na campanha. Mas ele precisará crescer muito para desbancar pesos-pesados do Partido Democrata, como o ex-presidente Joe Biden e Bernie Sanders, a zebra da campanha passada, que quase desbancou Hillary Clinton como candidata.
Ele vai ter que pensar numa estratégia boa para isso. Trolar presidentes latino-americanos de direita não vai ser o suficiente. Por enquanto, ele só conseguiu eleitores na esquerda brasileira. Cujos "votos" de nada lhe servem.
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