Acordo com a UE é a primeira conquista do governo Bolsonaro
A negociação da parte comercial do Acordo de Associação entre o Mercosul e a União Europeia (UE), cuja conclusão será anunciada no encontro do G20 que está ocorrendo em Osaka, no Japão, evidentemente não começou no governo de Jair Bolsonaro. Iniciada na gestão de Fernando Henrique Cardoso, atravessou, com altos e baixos, outros três governos brasileiros, sem contar as inúmeras administrações dos outros países integrantes do bloco sul-americano. Ainda assim, trata-se de uma grande conquista que Bolsonaro pode chamar de sua — a primeira, aliás, de seu governo.
O acordo, que ainda precisa ser ratificado pelo Congresso Nacional e pelos legislativos de todos os países envolvidos, abrirá o mercado da União Europeia, com seus mais de 500 milhões de consumidores, para os produtos agropecuários — em alguns casos com isenção total de tarifas, em outros cumprindo cotas para não quebrar os produtores europeus — e para as exportações industriais do Brasil e de seus parceiros do Mercosul. Os exportadores brasileiros também passarão a ter acesso ao mercado de licitações públicas da União Europeia.
Do lado dos europeus, o acordo beneficia principalmente os setores de máquinas, de transportes, químico e farmacêutico. Trata-se do maior acordo comercial já fechado pela União Europeia, superando inclusive o que o bloco tem com o Japão.
O mérito do fechamento do acordo deve ser atribuído aos esforços diplomáticos feitos nos últimos anos por negociadores que estiveram debruçados sobre inúmeros aspectos técnicos. Mas sem a vontade política dos atuais governos do Brasil, da Argentina, do Paraguai e do Uruguai, não teria sido possível concluí-lo.
Bolsonaro prometeu, durante a campanha presidencial, que fecharia acordos comerciais para abrir mercados para as exportações brasileiras, gerando empregos e atraindo investimentos e tecnologia. Dessa forma, após seis meses de governo, ele cumpre a primeira promessa realmente benéfica para o Brasil — ao contrário de outras, como a liberação das armas, que só servem de cortina de fumaça para os reais problemas nacionais.
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